domingo, 1 de setembro de 2013

dias de chuva

a urgência de te amar é tanta e tamanha que a sinto como um buraco no estômago
e um nó na garganta
as pernas tremem-me
a boca saliva e arrepios eléctricos percorrem-me a espinha
o peito ofegante tenta chamar-te
mas apenas um pequeno gemido sussurra
não me ouves
o meu corpo ficou pressionado contra o chão
os meus sonhos esvaem-se com as gotas de chuva que sinto agora na face
começo a sentir frio e a fechar os olhos
sinto que me partem ao meio e cada metade em outras metades
ouço longe o meu nome
abafado
vejo os pés que se aproximam e começo a sentir-me fria e molhada
quando finalmente vejo os olhos de alguém que me olha e me chama, já não ouço, e entrego-me aquele abraço que me levanta e me leva para a ambulância
neste momento, a esperança foi ligada às máquinas