terça-feira, 3 de dezembro de 2013

ai

foi quando tentava adormecer que senti a garganta a doer
doía como se tivesse estado a gritar

os sorrisos e a conversa descontraída devem ter mascarado o que o meu corpo nunca consegue não sentir

devo ter gritado por dentro
como quem grita com raiva e com dor

...
que não volte a gemer, nem um 'ai' por causa disto!



terça-feira, 26 de novembro de 2013

encontra sempre um caminho

andamos a ler os pensamentos um do outro
sempre lado a lado, sem nos cruzarmos
como duas linhas paralelas.
espero que assim seja
e que na curva do universo nos encontremos e possamos caminhar sobre os mesmos pontos

http://www.youtube.com/watch?v=GJno-aQIgPk

sobre os (des)encontros

por favor
não me digas agora que me vês
que me vês com toda a minha força
que brilho de dia e de noite
que brilho de cada vez que o meu nome é pronunciado
que brilho quando te lembras de mim
que a minha presença é constante, onde quer que eu esteja
não me digas agora
preciso que não me vejas mais
não agora...

enviei para outras paragens o meu embrulho para ti
ainda que lhe sinta o ritmo cardíaco no seu interior
rodei o botão redondo, que é feito para girar
girei-o até outra frequência apanhar
devagar ouço outras músicas, que gosto
o ruído que ouço por baixo, quero pô-lo de lado
quero cantar por cima, a duas vozes
não quero ouvir
não quero que me vejas como fui

continuo essa mulher, mas não tua
ando para a frente, mesmo que devagar
mesmo que olhe para trás, às vezes
é para frente o caminho e é para a frente que vou

... por favor, não me vejas agora
agora que sinto não ter força
e não quero parar, não posso querer

http://www.youtube.com/watch?v=MTvHcQmKUpU

terça-feira, 12 de novembro de 2013

sobre corações

- Era melhor teres vindo à mesma hora - disse a raposa. - Por exemplo, se vieres às quatro horas, às três, já eu começo a estar feliz. E quanto mais perto da hora, mais feliz me sinto. Ás quatro em ponto hei-de estar toda agitada e toda inquieta: fico a conhecer o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca vou saber a que horas hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito... Precisamos de rituais.


in O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry

terça-feira, 5 de novembro de 2013

digo eu ao meu coração

há momentos em que quase baixo os braços
só o meu peso na água e a baixa resistência desta mos elevam
é quase como voar

sempre que sonhava que voava, sonhava que começava por correr e rodopiar sobre mim mesma
depois, voar era como nadar bruços no ar

e sempre fui capaz de voar

mas era sobre afundar-me que estava a falar
é
estou a afundar-me
e já nem eu me resgato
já não tenho nenhuma rocha mais alta onde possa apoiar um pé e dar um impulso para respirar à tona
estou como que a morrer lentamente
(não estamos todos?)

não sei nada...
nada

e nem nadar quero
quero o silêncio debaixo d'água
onde nem os meus pensamentos façam eco
quero silenciar o meu pensamento
quero silenciar os tambores nos ouvidos

os tambores nos ouvidos, imaginava eu, quando era criança, que eram formigas a caminhar num caminho em forma de espiral dentro do meu ouvido. pareciam formigas, mas eram na verdade bichos carpinteiros.
os meus pais diziam-me que eu tinha bichos carpinteiros.
quando me deitava, ouvia-os dentro do meu ouvido encostado à almofada.

só mais tarde descobri que não eram bichos carpinteiros, eram afinal as batidas do meu coração

shhh...
cala-te por favor
quero adormecer nas profundezas do oceano



quinta-feira, 31 de outubro de 2013

o fim da espera

e foi quando o carrossel parou
e me decidi finalmente a levantar
que senti a cabeça a rodar...

terça-feira, 29 de outubro de 2013

na minha tentativa de dia-a-dia não perder tempo
rendo-me hoje à assustadora  consciência de que tudo o que faço é perdê-lo
sem possibilidade de reverter a perda
ocuparei o meu tempo a não perder mais do que o que já perdi

perdendo, assim, o que me resta

domingo, 1 de setembro de 2013

dias de chuva

a urgência de te amar é tanta e tamanha que a sinto como um buraco no estômago
e um nó na garganta
as pernas tremem-me
a boca saliva e arrepios eléctricos percorrem-me a espinha
o peito ofegante tenta chamar-te
mas apenas um pequeno gemido sussurra
não me ouves
o meu corpo ficou pressionado contra o chão
os meus sonhos esvaem-se com as gotas de chuva que sinto agora na face
começo a sentir frio e a fechar os olhos
sinto que me partem ao meio e cada metade em outras metades
ouço longe o meu nome
abafado
vejo os pés que se aproximam e começo a sentir-me fria e molhada
quando finalmente vejo os olhos de alguém que me olha e me chama, já não ouço, e entrego-me aquele abraço que me levanta e me leva para a ambulância
neste momento, a esperança foi ligada às máquinas

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

se eu fosse um animal
seria um pássaro, para abrir as asas e voar
sentir o vento delicado a acariciar-me a face
ou o vento cortante enquanto voasse como louca pelas massas de ar
seria um gato, independente e curioso
enroscava-me em quem quisesse e fugia quando me apetecesse
seria um peixe a nadar relaxado nas águas claras e pouco profundas
seria uma mulher a caminhar com os pés descalços sobre a terra húmida, sobre a relva fresca e sobre a areia salgada
seria uma mulher que te abraçaria com os braços e com as pernas e com a alma
seria a mulher que já hoje sou

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

quarta-feira, 24 de julho de 2013

sinto
sinto muito
sinto tanto
que o meu coração dispara
sempre, sem intervalo
tão rápido que me foge do peito
voo atrás dele
tropeço, esfolo-me, sangro, choro
e ele bate, sem parar
como que marca os ritmos das minhas pernas,
uma atrás da outra, a correr, sempre atrás dele
coração louco este que bate como o de um pássaro
que me faz arfar, respirar fundo, profundamente
como quem cansa e suspira
bate forte e suavemente, silencioso como um tambor
sem sentido, pois...
apenas ele conhece as suas motivações, que não me esconde mas não compreendo
bate tanto, que me esmaga o peito
e de tento bater, o meu coração parou...




segunda-feira, 15 de julho de 2013

sob um céu estrelado

morres-me em espasmos lancinantes
morres-me no colo, no pescoço, na boca, e dentro de mim
só a tua presença na memória e no olhar se mantém, que é o que quero matar, por agora
tentativa vã, estúpida
estúpida como é toda esta cilada e como todas as ciladas o são
morres-me ao ritmo do meu desejo de que compreendas o que há a saber
a minha urgência de que adivinhes o que não mostro
as palavras que te dedico em segredo
a frieza com que te trato,
a minha recusa do desenho que para ti não traço
coro facilmente
deixas as estrelas lá fora
quero que as partilhes comigo cá dentro
vou só
sem saber se vens também
vou comigo mesma sempre
e tu apareces-me e roubas-me a mim
calas-me num turbilhão de respostas silenciosas
matas-me enquanto me morres




sexta-feira, 5 de julho de 2013

vem

entro no parque, olho em volta como quem olha em frente. vejo o twist, e dirijo-me para lá decida e quase sem pestanejar.
ponho-me na fila que é pequena e apenas tenho tempo para ter consciência que já lá estou.
dou um passo em frente e outro e ainda outro. ouço pessoas a rirem e a darem gargalhadas. desocuparam as cadeiras e dão os seus lugares aos próximos.
sento-me na cadeira que está mais de lado. é rosa, verde e amarela. tem umas flores pintadas com umas notas de vermelho e azul. é bonita.
sento-me o mais confortavelmente que consigo e encosto-me para trás. apoio a cabeça como quem a deixa cair. vejo o céu ao fim da tarde. ouço os passos apressados na chapa metálica do chão dos que não querem perder a viagem.
vem uma espécie de revisor verificar se a cadeira está bem trancada e sorri-me. retribuo o sorriso levemente e volto a olhar o céu. ouço uma e outra vez a sirene e o twist começa a andar, devagar, bem devagar. a velocidade vai aumentando e o vento sopra-me no rosto. o céu gira e as estrelas formam círculos prateados num céu cor-rosa. vou ficar aqui neste carrossel até que me venhas buscar.
não quero mais nenhum divertimento, quero este que me faz andar à roda, me faz sentir que posso levantar voo ainda que me prenda. quero este em que ouço os risos e os gritos de entusiasmo e os de medo.
vou ficar até a minha cabeça ficar atordoada, vou ficar até me vires acordar e me levares ao colo.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Ontem foi incrível!
esta noite estranhei tudo. o quarto enorme, a casa enorme.
a luz que entrava no quarto novo, o silêncio novo.
hoje acordei ainda com os sonhos com caixotes e de vocês escada acima com pedaços da minha vida nos braços.
o despertador fez-me virar sobre mim mesma num salto.
era ainda cedo. fiquei mais 10 minutos na cama. a processar informação como o computador da associação, devagar e com pouca coisa de cada vez.
comecei a lembrar-me das últimas horas antes de ficar tudo escuro.
e a sentir as omoplatas e os braços, depois as pernas e os abdominais. imaginei-vos a cada um de vocês com as mesmas "dorzinhas". veio-me a imagem do Pedro a calçar as luvas para carregar a máquina de lavar roupa (o monstrinho), a Luciana de saltos a dizer que preferia subir escadas do que descer. o Né e o Pedro a montarem a estante quadrada, a Claudete a mostrar-me o lugar das coisas pela casa, ela e o João a fazerem-me a cama. o Filipe a carregar o estrado sozinho, a Filipe com a sua barriguinha de 4 meses nas escadas a perguntar-me "Amor, o que queres que eu faça?". a Lara a deixar-nos enternecidos com o seu 1º mês de vida, a Giovana a lavar toda a loiça. a Ju a carregar tudo o que via à frente porque não tinha conseguido chegar mais cedo, o Ivan transpirado a subir os 3 andares seguidos porque não se fez o cordão humano, o Celso com os carrinhos do TC (os maravilhosos carrinhos). A Clara com as compras da comida e no dia anterior a por-me a casa em caixotes até depois das 3 da manhã, a Sofia a encontar bonecas que achava serem minhas, a Lena com o varão do toldo da loja. O Caniças a ajudar a carregar e a orientar a descida do móvel vermelho, a Joana que tinha terminado as suas mudanças naquele dia e eu com a sua pizza vegetariana ainda na outra casa, à hora do jantar. a Ana a ensacar todas as coisinhas que eu já não tinha coragem nem para olhar.
faltam-me as palavras para vos conseguir transmitir o quão agradecida estou
a vossa disponibilidade, boa vontade, esforço, força, habilidade, carinho, ... são coisas que não se pagam, retribuem-se
e espero, do fundo do peito,  poder retribuir a cada um!
estarão vocês a pensar "não perdes pela demora"...
quando eu me perguntar se vocês existem, bastará sentir-me em casa!
Obrigada


terça-feira, 23 de abril de 2013

ouve!

A guitarra a "esgalhar" no início, como as ramificações sanguíneas a estalarem nos olhos,
assim que cruzamos olhares,
como os pequenos choques eléctricos  à superfície da pele,
agora húmida e arrepiada
O (contra)baixo marca o ritmo, sempre...
como o fluxo sanguíneo bombeado para cada extremidade dos nossos corpos
A voz grave e suave, como um passeio no parque ao doce fim da tarde
É a química da música, breve como uma capicua,
que segue ao sabor da memória
É a percussão de uma dança descontrolada
Os teus lamentos, que não lamento,
já não sei se os ouço dos teus lábios ou se vêm do meu peito,
são como um gemido que intensifica a minha atenção,
como um predador a observar a sua presa
Mergulhas no meu pescoço e o som fica abafado
É a vida que se esgota pelas pontas dos dedos
com um saxofone a sapatear e a precipitar o fim
















sexta-feira, 19 de abril de 2013

há imagens que valem mais do que 1000 palavras e há músicas que ...

if you're going to break my heart 
then please just do it fast 
if you're going to crush my hopes 
then hurry while they still last 

i know you wish you could just run 
but, honey, so does everyone 

i've given up hope 
i've given up on us 
i've given up hope on you 

if it's going to be like that 
then please just act your age 
if you're going to be like that 
at least you do it offstage 

i know you wish you could just run 
the world won't stop for anyone 

i've given up hope 
i've given up on us 
i've given up hope on you 

i know you wish you could just run 
the world won't stop for anyone





domingo, 14 de abril de 2013

Viagem interrompida

acordei com a amiga a telefonar às 14h00
queria saber se estava bem e insistir para ir com ela para Viana
"estou bem, muito bem. estava a dormir, mas estou bem.
não, não
não vou para Viana, tenho um aniversário de uma grande amiga
fica descansada que está mesmo tudo bem"
e assim a sosseguei e assim me espreguicei e levantei da cama onde mal conseguia ter pregado olho depois da minha decisão de madrugada de interromper aquela coisa que me estava já a atormentar mais do que a fazer bem
a tarde estava soalheira, tal como ela tinha dito ao telefone
telefonei à aniversariante e fomos estrear o dia de sol numa bela esplanada com direito a um saboroso café
passeamos pela rua e deixamos que os nossos corpos se repousassem no mais belo jardim da cidade, ali, lado a lado, a falar do que me tirara o sono.
o sol aqueceu-me e reconfortou-e a alma
fiz a foto-síntese que me faltava para ficar mais forte
o jantar foi excelente, a bela quinta  dos arredores, com amigos queridos e alguns rebentos, miniaturas deles mesmos
a música e o bailarico no carro de regresso à cidade começavam a deixar-me ainda mais bem dispsta e preparada para os insólitos acontecimentos
e depois, aconteceu o que eu já previa, qual Cassandra
o ponto final que afinal seria apenas um parágrafo.
era no entanto o prenúncio de um fatalismo que demoraria apenas mais uns meses.
todas as estações passariam, e no espaço de uma gestação, tudo aconteceu ao contrário, como acontecem os amores.
a viagem interrompeu-se, e eu nunca revelei o motivo



segunda-feira, 8 de abril de 2013

nós

ai se esta timidez ou este quase medo me impedirem de te abraçar, tentarei matá-los.

estar deitada ao teu lado, com o inverno lá fora e a nossa pele quente lado a lado. partes dos nossos corpos que se tocam, que arfam em uníssono, esta sensação de quase satisfação, de um conforto tão natural que o estranhas, de um sono que sorri e nos abraça...
ai que o meu peito salta e lá dentro tenho um metrônomo que marca o ritmo da minha ansiedade
como se o tempo se esgotasse se não assumir para mim e para ti o que sinto afinal. a tua resposta, quase já não importa. acredito. sinto-me pressionada a dizer-te o que eu sinto, o que eu quero de ti, de nós.
não te conhecer é mentira. conheço-te
e tudo o mais para conhecer são pormenores que quero descobrir ao longo da viagem.
sim, quero viajar contigo.
estaremos já preparados para trocarmos de números?


quarta-feira, 20 de março de 2013

uma animação por dia, nem sabes o bem que te fazia


Trás-os-Montes

este sussurrar que ressoava no peito como um tambor, era afinal um grito que chamava, grave, de lá detrás dos montes altos. chamava por mim e reclamava atenção com tom impositivo e paternal.
aquela voz grossa que me deixa alerta, que respeito e me provoca uma enorme ternura.
vou até lá, respirar fundo e encher o peito da alma daquelas terras.




terça-feira, 19 de março de 2013

sou um comboio em movimento, e se me quiseres apanhar, vais ter de entrar e viajar. talvez tenhas de correr... se não correres, eu sigo viagem... e não faço marcha atrás.

e depois, há dias assim, em que me espalho pelo chão, mas continuo a viagem



sexta-feira, 8 de março de 2013

ontem, remexia numas caixas para lhes descobrir o interior e decidir sobre o seu destino.
estava lá um objecto de que me lembro ter gostado muito e que apesar de me ter esquecido da sua existência, ali fechado naquela caixa, no meio de tantas outras caixas, quando o vi e lhe peguei senti esse afecto novamente.
tentei forçar a minha memória até aquele ano. mas qual ano? não me lembro quem mo ofereceu, ou se o comprei... não me lembro dos moldes em que ele veio ter a mim, mesmo tendo tido nós aquela relação de carinho, unilateral talvez, com a origem em mim e o foco nele. nem assim...
senti portanto que o que importava seria o sentimento, e nada mais.
senti-me como a minha mãe. poderia ter sido outra pessoa, mas foi como a minha mãe que me senti.
quando ao longo dos meus anos de vida a via relacionar-se com as suas coisas, aquele anel (nunca me esquecerei daquele anel), aquela blusa de seda verde que agora é minha, todas aquelas coisas delicadas e especiais para ela e para mim. lembro-me de lhe perguntar onde tinha comprado aquele vestido, ou quando lhe teriam oferecido aquela pulseira... ela parava de falar, emitia um som profundo ao respirar fundo, como que a alimentar o fogo da memória, olhava para cima, depois franzia a testa com um dedo encostado aos lábios e repetia a pergunta para ela mesma, baixinho. Encolhia os ombros e dizia que já não se lembrava. Sempre me questionei de como seria possível esquecermo-nos da história dessas pequenas coisas especiais. Intrigava-me... Ontem aconteceu-me o mesmo a mim. rapidamente arranjei uma resposta para o fenómeno. são os anos. os anos que já lá vão e separam aquele momento do momento d'ontem. a nossa memória é cheia de curvas e ao fundo desta estrada, com tantas curvas difíceis de manobrar, torna-se também mais difícil ver aquele ponto de partida. Pronto.


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

cenas meladas (II)

Afinal o amor ajuda-nos a gostar mais dos dias, das pessoas, da paisagem
É como uns óculos especiais que nos faz ver as coisas de forma especial




nice...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

hoje dói
hoje sinto-te a falta
de tudo o que ainda não vivemos
e do que já vivemos também
hoje terei de ir
se ficar, dói mais esta falta de ti que sinto em mim e à minha volta
se for, talvez esta dor adormeça, talvez esqueça



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

eu

às vezes sinto vontade de me render à minha insignificância...
mas depois percebo que sou um ser humano e uma mulher incrível


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

o Amor

hoje a minha amiga A disse-me que eu estava destinada a encontrar um grande Amor.
 :)

(não me importava que fosse ele a encontrar-me a mim!)
 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

imagina que estás a morrer

doia-me o corpo, a visão estava turva
mas agora que penso nisso, já não sinto dor.
sorrio levemente, digo que sim com a cabeça.
aceito tudo com uma ternura sem fim
sou mãe, tia, filha, mulher, amiga
amo todos e todos me amam
não importa o que escolherem, gosto de tudo e fico bem só de vos ver sorrir
estou como que dentro de água, e todos os sons me chegam abafados, distantes
está um belo dia de sol.
acho que não consigo produzir qualquer som.
estou sentada, perto de um belo alpendre com vista sobre o nosso jardim. onde nos casámos
ou casámo-nos noutro? rio de mim mesma. estou tonta com tantas memórias.
mas foi um belo dia, foi uma bela vida, esta que partilhamos