domingo, 14 de abril de 2013

Viagem interrompida

acordei com a amiga a telefonar às 14h00
queria saber se estava bem e insistir para ir com ela para Viana
"estou bem, muito bem. estava a dormir, mas estou bem.
não, não
não vou para Viana, tenho um aniversário de uma grande amiga
fica descansada que está mesmo tudo bem"
e assim a sosseguei e assim me espreguicei e levantei da cama onde mal conseguia ter pregado olho depois da minha decisão de madrugada de interromper aquela coisa que me estava já a atormentar mais do que a fazer bem
a tarde estava soalheira, tal como ela tinha dito ao telefone
telefonei à aniversariante e fomos estrear o dia de sol numa bela esplanada com direito a um saboroso café
passeamos pela rua e deixamos que os nossos corpos se repousassem no mais belo jardim da cidade, ali, lado a lado, a falar do que me tirara o sono.
o sol aqueceu-me e reconfortou-e a alma
fiz a foto-síntese que me faltava para ficar mais forte
o jantar foi excelente, a bela quinta  dos arredores, com amigos queridos e alguns rebentos, miniaturas deles mesmos
a música e o bailarico no carro de regresso à cidade começavam a deixar-me ainda mais bem dispsta e preparada para os insólitos acontecimentos
e depois, aconteceu o que eu já previa, qual Cassandra
o ponto final que afinal seria apenas um parágrafo.
era no entanto o prenúncio de um fatalismo que demoraria apenas mais uns meses.
todas as estações passariam, e no espaço de uma gestação, tudo aconteceu ao contrário, como acontecem os amores.
a viagem interrompeu-se, e eu nunca revelei o motivo



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