terça-feira, 23 de abril de 2013

ouve!

A guitarra a "esgalhar" no início, como as ramificações sanguíneas a estalarem nos olhos,
assim que cruzamos olhares,
como os pequenos choques eléctricos  à superfície da pele,
agora húmida e arrepiada
O (contra)baixo marca o ritmo, sempre...
como o fluxo sanguíneo bombeado para cada extremidade dos nossos corpos
A voz grave e suave, como um passeio no parque ao doce fim da tarde
É a química da música, breve como uma capicua,
que segue ao sabor da memória
É a percussão de uma dança descontrolada
Os teus lamentos, que não lamento,
já não sei se os ouço dos teus lábios ou se vêm do meu peito,
são como um gemido que intensifica a minha atenção,
como um predador a observar a sua presa
Mergulhas no meu pescoço e o som fica abafado
É a vida que se esgota pelas pontas dos dedos
com um saxofone a sapatear e a precipitar o fim
















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